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Enfrentamento à violência sexual com crianças e adolescentes é tema de debate

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Carolina Ramires destacou a importância de fortalecer as redes de proteção e de acolhimento para que as crianças e adolescentes

O seminário "A rede de proteção no enfrentamento à violência sexual contra crianças e adolescentes", que aconteceu nesta terça (24), no auditório Tribunal de Contas do Estado (TCE), contou com a participação da secretária adjunta de Justiça e Sistemas Penal e Socioeducativo, Carolina Ramires, e dos jovens multiplicadores Márcio “Kivan” da Cunha e Davi dos Santos, dos Centros da Juventude (CJ) Viamão e Cruzeiro, respectivamente. O evento foi promovido pelo Comitê Estadual de Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes (CEEVSCA/RS), vinculado à Secretaria da Igualdade, Cidadania, Direitos Humanos e Assistência Social (SICDHAS).

Participando da mesa de abertura, Carolina Ramires destacou a importância de fortalecer as redes de proteção e de acolhimento para que as crianças e adolescentes estejam realmente seguras. “Se não tivermos o olhar atento, talvez não percebamos a violência ou o abuso acontecendo, porque, quando falamos desse tema, o agressor pode ser até mesmo um pai ou um irmão. Os dados dessa realidade são alarmantes e provavelmente sejam muito maiores do que os registrados, considerando que o crime diversas vezes fica dentro de um ambiente doméstico ou familiar e, por medo, vergonha ou por desacreditarem da palavra da vítima, não é denunciado”, afirma.

Na segunda parte do evento, que tratou do tema “Violência sexual infantojuvenil e serviços públicos: percepções de adolescentes”, Kivan também falou sobre a necessidade de prepararmos os ambientes para debater essas problemáticas. “Todos precisamos ser educados em relação a isso para termos diálogos mais abertos. Nas salas de aula, por exemplo, nunca paramos para tratar de algo relacionado a violência ou abuso. O mais importante é: nós queremos falar sobre isso”, pontua o integrante do CJ Viamão.

Na mesma mesa de debate, Davi dos Santos falou da importância do Programa de Oportunidades e Direitos (POD) na compreensão das dificuldades de cada pessoa na sociedade. “Eu confesso que só fui aprender sobre igualdade de gênero, por exemplo, no CJ Cruzeiro. Entender todo o conceito da sigla LGBTQIA+ é muito importante para não discriminar ninguém. Eu, como jovem negro, sei como é se sentir rejeitado e não pertencente a algum espaço, então, entender os outros é entender até mesmo a minha própria história”, relata o jovem multiplicador.

O seminário é alusivo à data de 18 de maio, Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, criado em referência ao crime ocorrido na mesma data do ano de 1973, conhecido como “Caso Araceli”, na cidade de Vitória (ES). A menina Araceli Cabrera Sánchez Crespo, de oito anos de idade, foi sequestrada, drogada, espancada, estuprada e morta por membros de tradicionais e influentes famílias do Espírito Santo.

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