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Projeto de produção de bioabsorventes na Penitenciária de Guaíba concorre ao Prêmio Innovare 2022

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apenadas posam para foto segurando os bioabsorventes confeccionados pelo projeto
Foto: Rafaela Pollacchinni
Por Arthur Mezacasa

Na terça-feira (21), ocorreu na Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba (PEFG) a visita de auditoria do projeto de produção de absorventes ecológicos pelas apenadas, inscrito no Prêmio Innovare 2022. A auditoria é o primeiro passo para que sejam analisadas as práticas submetidas ao Instituto Innovare, que premia anualmente desde 2004 iniciativas que contribuem para o aprimoramento da justiça no Brasil.

O procedimento consiste em uma entrevista feita por representantes do Instituto Innovare com os responsáveis pela prática inscrita e uma visita às instalações onde ela ocorre. Na PEFG, a entrevista contou com a participação da diretora da unidade e coordenadora do projeto, Isadora Carlotto Minozzo, da secretária adjunta de Justiça e Sistemas Penal e Socioeducativo, Carolina Ramires, e de servidores da Susepe e da SJSPS.

Após a entrevista, ocorreu a visita às salas onde são realizadas as atividades. Além da confecção de absorventes ecológicos, a proposta tem o objetivo de instruir as apenadas sobre saúde menstrual e reprodutiva. Uma das salas é dedicada a aulas com profissionais de saúde, nas quais são discutidos temas de cuidado com a saúde e higiene menstrual, além da cultura e do preconceito que existem sobre a menstruação e o corpo da mulher. Outro espaço é dedicado à confecção dos absorventes, que são feitos com um tecido especialmente desenvolvido pela empresa Herself, parceira do projeto.

Ramires, na ocasião, destacou que “a iniciativa tem um caráter de preservação do meio ambiente, de acesso à informação e impacto na cultura, promovendo a dignidade menstrual no ambiente da penitenciária”. A secretária adjunta também ressaltou a envergadura que o projeto ganhou: “em maio houve o South Summit em Porto Alegre, com participação de pessoas de diversos países, e nós tivemos espaço para expor a iniciativa para esse público”.

Na entrevista com a auditora, Minozzo apontou que a iniciativa ajuda a promover uma mudança na forma como lidamos com o sistema prisional: “nós vemos esse ambiente como sendo masculino. Todas as regras estabelecidas são feitas pensando na perspectiva masculina. Então é importante promover projetos como esse que ressaltam que a mulher no sistema penal tem necessidades diferentes, tem uma higiene diferente e exige recursos diferentes”, disse a diretora.

Em janeiro, a produção de bioabsorventes foi eleita um dos oito melhores projetos brasileiros de trabalho prisional selecionados pelo Departamento Penitenciário Nacional (Depen). A iniciativa tem sido um modelo para implementação em outros estados.

Confira imagens da visita:

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