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Departamento de Tratamento Penal realiza atividades alusivas ao Mês da Consciência Negra em estabelecimentos prisionais

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Cerimônia de Umbanda aconteceu na Penitenciária de Charqueadas
Cerimônia de Umbanda aconteceu na Penitenciária de Charqueadas - Foto: Divulgação SJSPS

Nesta semana, o Departamento de Tratamento Penal (DTP) da Susepe, através da Divisão de Projetos Especiais e Alternativas Penais, realizou atividades alusivas ao Mês da Consciência Negra em estabelecimentos prisionais. A iniciativa ocorreu em unidades da 9ª e da 10ª regiões penitenciárias.

Na última quarta-feira (24), na Penitenciária Estadual de Charqueadas (PEC), ocorreu um encontro com a população LGBTI, para celebrar a Umbanda, uma religião brasileira de matriz africana. A ação contou com a presença do Pai Alê de Xangô, Alexandre de Oliveira, do Cacique Jerusa da Sereia da Concha e da Irmã Magali de Yemanjá.

Participaram 21 mulheres trans privadas de liberdade, além do diretor da PEC, José Carlos Bratkowski, do chefe de segurança, Gilberto de Souza, da coordenadora técnica, Lisiane Jeremias, da assistente social Clarice Ely e da psicóloga Luciana Mazzini. As assistentes sociais do DTP, Aline Mallmann e Rosane Lazzarotto, também estiveram presentes.

“Esse momento de resgate da religiosidade para as pessoas em privação de liberdade foi muito importante, porque elas puderam, mesmo que por um tempo determinado, exercer a sua própria religião”, destacou Rosane.

A apenada Mikaela ressaltou que “foi muito importante essa organização que teve aqui, não só para mim, mas para todas. A gente precisa de um lado espiritual aqui dentro, já que é um lugar supercarregado. Então, a gente consegue se livrar disso tendo pessoas da rua que possam ajudar na nossa espiritualidade. Todos precisam disso”.

“Hoje, entendemos o que é umbanda, o que é um orixá, e eu achei muito legal. Fiquei muito feliz e espero que aconteça mais vezes, mais oportunidades para a gente sentir um acalento, para a gente se sentir melhor, se sentir mais dentro da nossa religião”, apontou a detenta Natascha.

No Instituto Penal Feminino de Porto Alegre (Ipfpoa), foi realizada, na última quinta-feira (25), uma roda de conversa sobre a mulher negra e os preconceitos, com a presidente da ONG Renascer da Esperança, Rozeli da Silva. Participaram 15 mulheres privadas de liberdade, a diretora do Ipfpoa, Katia Mambrum, e as psicólogas Denise Brum e Luciana Engel, além das assistentes sociais do DTP, Aline Mallmann e Rosane Lazzarotto, 

Aline destacou a importância da participação da palestrante, que compartilhou a sua história de vida, marcada por violência e abandono, com as apenadas. “Ela não desistiu, continuou lutando por aquilo que acreditava e sonhava. Esse exemplo para estas mulheres em privação de liberdade, que muitas vezes já perderam a esperança, é um afago em seus corações, é saber que elas podem mudar sua trajetória de vida”, disse.

“Achei que a história de vida da Rozeli é de uma mulher guerreira, que, mesmo com todas as suas dificuldades e seus desafios, conseguiu vencer. Isso mostra que, com os problemas e as dificuldades que enfrentamos na vida, ainda existe uma luz no fundo do túnel. Se a gente nunca desistir, com amor e dedicação, a gente vai longe”, disse a apenada Janice, uma das participantes da roda de conversa.

A detenta Marcia também destacou a relevância da fala da presidente da ONG Renascer da Esperança. "Uma história de vida maravilhosa, principalmente para nós, presas. Foi muito construtivo, achei que tinha perdido a esperança e, escutando essa história, mudei de opinião, não vou desistir de ser feliz”.

Departamento de Tratamento Penal realiza atividades alusivas ao Mês da Consciência Negra em estabelecimentos prisionais 2
Departamento de Tratamento Penal realiza atividades alusivas ao Mês da Consciência Negra em estabelecimentos prisionais 2

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